Palestra realizada em 13 de Julho de 2014 no
NABEM - Núcleo Assistencial Bezerra de Menezes
Rua Bonitos, 89 - Vila Mariana - São Paulo
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Eugenia e Religião
Nas Pegadas do Mestre –
Pedro de Camargo Vinicius
Eugenia é, em resumo, a Ciência que
trata do cultivo do homem considerado sob seu duplo aspecto: físico e moral.
O objeto dessa ciência é conseguir
espécimes humanos fortes, sadios e belos, mediante a aplicação de métodos
científicos que correspondem, em síntese, a puras e rigorosas regras de
higiene, em sua ampla e lata acepção.
Como se vê, a eugenia é, por todos
os motivos, digna de simpatia dos que se interessam pelo aperfeiçoamento da
raça humana, o que equivale a dizer: pelo seu progresso e evolução.
A Humanidade, porém, desvirtua o
alvo da eugenia como desvirtua aquele visado pela Religião. Pretende chegar ao
fim, apartando-se dos processos naturais, isto é, empregando artifícios pueris,
e até mesmo ridículos.
A gente deste século,
semelhantemente às gerações de remotas eras, alimenta a ingênua pretensão de
galgar os paramos de Luz, onde reina a felicidade, por meio de uma nova torre
de Babel, pois outra coisa não é o ritualismo, o cerimonial aparatoso
estabelecido pelos credos dogmáticos como processo de salvação.
Orientados por esse falso prisma,
procuram todos, em matéria de eugenismo, obter saúde, vigor e beleza mediante o
emprego de drogas, cremes e pinturas. Entendem que, para se adquirir formosura,
basta encobrir a fealdade, quando a eugenia nos ensina que só se logra a beleza
destruindo a causa da fealdade.
Da mesma sorte, a fé raciocinada e
pura nos adverte, a seu turno, que só alcançaremos a redenção de nossas almas
instruindo-nos e moralizando-nos; ou, em outras palavras: educando nossa mente
e nosso coração.
A Religião e a eugenia colimam
precisamente o mesmo alvo: “Mens sana
incorpore sano”.
Cumpre agora considerar, e
sobretudo convencermo-nos, de que a beleza não se arranja com pomadas, nem co
o Céu se alcança com exibições
ritualísticas. É preciso remover as causas que determinam a deformidade do
físico, como também aquelas que deformam o caráter. A beleza externa
provém da beleza interna. A cura
opera-se do interior para o exterior. É uma ilusão procurarmos esconder os
vincos do rosto e os senões do caráter; é necessário removê-los, extirpá-los, o
que só se consegue pelas vias naturais, sob a influência de leis eternas e
imutáveis.
A moral verdadeira e pura, tal como
a exemplificou Jesus Cristo, encerra implicitamente todos os princípios da
eugenia, constituindo, por si só, a força capaz de reformar os costumes,
escoimando-os de todas as impurezas, transformando assim esta Humanidade
enferma, fraca e desgraciosa, numa raça nova, sadia, esbelta e bela.
A
fé que salva o espírito é a mesma que sara o corpo. A fé que aprimora o
sentimento e consolida o caráter é a mesma que aformoseia o rosto e plasma na matéria
as linhas da beleza.
Links para artigos relacionados aos aspectos históricos da eugenia:
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